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REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO DO SITE DIGITAL

A formação de arte educadores deve primar pela prática, ou seja, pela investigação-ação dos aspectos sócio culturais e técnicos relacionando teoria, prática e a realidade na qual os educandos, os educadores e as performances estão inseridas.  Giroux (1997, p.163) afirma que “... os professores deveriam se tornar intelectuais transformadores se quiserem educar os estudantes para serem cidadãos ativos e críticos.” Essa fala se encaixa mais ainda na formação inicial e continuada desses profissionais unindo a linguagem crítica a da possibilidade para que sendo educadores sociais possam promover mudanças nos seus contextos; por meio, da produção e da adequação de seus próprios materiais curriculares à cultura e aos aspectos sociais.

Pode-se está em campo sempre? Há várias formas de se verificar o real, uma delas seria a virtual intermediando de maneira digital.  O problema central que orientou a produção do site pedagógico de autoaprendizagem Educar-se foi o de como a interdisciplinaridade pode contribuir para o processo de ensino aprendizagem das Artes Visuais no âmbito da arte/educação intermidiática digital, no Ensino Fundamental? Pensando em oferecer ao professor e alunos da educação básica, possibilidades educativas, que os ajudarão a refletir sobre os conflitos enfrentados em sala de aula e em outros espaços públicos, de modo a intervir proativamente nesses espaços ampliando o conhecimento por meio das Artes.

Sendo assim, o Educar-se: Interdisciplinaridade e Autoaprendizagem  nas  Artes Visuais tem  como foco as artes visuais e as suas especificidades relacionadas a produção, a leitura, interpretação e contextualização. Considerando que não é apenas em Artes que se demonstra produção de pensamento e conhecimento criativo sobre o mundo, mas podemos exercitar a capacidade de criação em outras áreas do conhecimento.

No entanto, as aulas de Artes pode ser um momento privilegiado para estas experiências considerando a pluralidade do termo, por exemplo, no ensino fundamental ao se trabalhar: Artes visuais, Música, Teatro e Dança conectando-as a outras disciplinas de forma interdisciplinar, trabalhando para uma futura e complexa  transdisciplinaridade.

Para Rizzi (2008) é necessário fazer relações que permitam a interdisciplinaridade e multiculturalidade no processo de ensino-aprendizagem. Estimular o fazer artístico trabalhando a interpretação, transformação e a criação desenvolvendo dessa forma a capacidade crítica.  Algo, aplicado na experiência ciberdesafiante da construção de um site com aspectos epistemológicos da pedagogia em processo, com vistas à teoria aplicada. Levando em conta a Abordagem Triangular baseada em ideias freireanas e pedagogia libertadora, com fundamentos nas pedagogias libertária crítica e crítico social dos conteúdos entendendo o diálogo de professores e alunos de forma horizontal, afim de atingir a construção do conhecimento em grupo.

Freire (1996, p.37)  instiga que: “Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é um forma altamente negativa e perigosa de pensar errado”.  Neste sentido, a principal contribuição deste projeto de intervenção/produção do site de autoaprendizagem foi a de ressignificar o uso da tecnologia na minha prática pedagógica sendo relevante para sistematização do conhecimento dos alunos e da minha pessoa nos papéis de professora, de cidadã e de se auto-reconhecer  em processo de  intelecção transformadora.

Atende-se dessa forma a aquisição de conhecimento por meio de processos que é prevista para o ensino superior, sobre a qual Severino (2007, p.25) acrescenta que: “O conhecimento deve se dar mediante a construção dos objetos a se conhecer e não mais pela representação desses objetos.” Pois, mesmo com experiências anteriores no uso e produção de tecnologias na educação, o fator de está envolvida em um processo metódico  de pesquisa, construção e produção do conhecimento como objeto deu mais relevância ao trabalho desenvolvido. Já que no seu desenvolvimento aplicou-se o que foi construído com os alunos e chamando-os, também, para essa construção; num ciclo gnosiológico (FREIRE,1996) de docência/discência,  de pesquisa,  de aprender ao ensinar e produzir o conhecimento ainda não existente.

O produto Educar-se: Interdisciplinaridade e Autoaprendizagem nas Artes Visuais contribui para discussão de questões educacionais e sociais no sentido que a sua produção é baseada em atividades discutidas em fóruns iniciais propostos pelo curso de especialização em Arte/Educação Intermidiática Digital, suas leituras analíticas, práticas em sala de aula e dos comentários de alunos, pais e colegas de trabalho. Sendo que algumas atividades pedagógicas propostas no site oportunizou a primeira experiência de participar da escrita coletiva do capítulo Educação Tecnológica: aproximações e – arte/educativas com a prática pedagógica, em livro a ser publicado.

O exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o para quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quem são exigências fundamentais de uma educação democrática à altura dos desafios do nosso tempo. (FREIRE, 2000, p.102)

A exigência rigorosa, metódica e o processo de pesquisa proposto por esta especialização durante o percurso de estudo e  somado as exigências técnicas da sala de aula  foi exaustiva como todo combate e  que na luta educacional, constantemente somos colocados a prova. No entanto, após as ações e reflexões, bem como das últimas leituras propostas apreende-se o porquê de todo o processo na construção desse site de autoaprendizagem que tem o propósito de “educar-se” de forma inter e integral.

           

Referências:

FREIRE, P. Ensinar exige rigorosidade metódica; Ensinar exige pesquisa. In.: FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 28-31.https://1drv.ms/b/s!AmGISpERO6UNg-9hh42_R0JZxDKlEw. Acesso: novembro, 2018.

_____. Desafios da educação de adultos ante a nova reestruturação tecnológica. In.: FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. p. 87. https://1drv.ms/b/s!AmGISpERO6UNg-9eRY9rqWKBQ_gs_A. Acesso: novembro, 2018.

GIROUX, H.A. Professores como intelectuais transformadores. In.: Os professores como intelectuais transformadores: rumo a uma pedagogia da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 157-164. https://1drv.ms/b/s!AmGISpERO6UNg-9gpwMLDmJHhWOjjw. Acesso: novembro, 2018.

RIZZI, M. C. S. L. Reflexões sobre a Abordagem Triangular do Ensino da Arte. In: BARBOSA, Ana Mae (Org.). Ensino da Arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008 (p.335 – 348).

SEVERINO, A.J. A produção do conhecimento como construção do objeto. In.: SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 23ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007, p. 24-27.https://1drv.ms/b/s!AmGISpERO6UNg-9fX4cOAt7-JYJovw. Acesso: novembro, 2018.

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